quinta-feira, 17 de março de 2011

Pra não dizer que não falei das flores...


Não tenho um nome para essa poesia - deve ser poesia...Sim, é poesia, sim. Não soa como sertanejo universitário, nem pagode, nem funk, então é poesia. Mas continuando, se fosse para dar um nome agora, no susto, eu chamaria de "O corpo". Misterioso, hein...

Meu coração,
ao conhecer teu sorriso e tuas covinhas,
pediu que minha mão
te descrevesse em várias linhas.
Ela rabiscou, rascunhou, escreveu
mas nenhum traço parecia com os teus.
Teus traços são cheios de travessuras,
Riscam da minha cabeça várias outras criaturas.
Meu olhar,
ao andar por teus contornos,
lançou meu ansiar
em caminhos sem retornos.
E a minha mão arriscou outra vez
te traduzir para rabiscos em português,
mas é tarefa ingrata tentar aprisionar
cada detalhe que parei pra admirar.
Minha garganta,
ao te ver por perto,
sente que minha voz se adianta
sem nem a boca eu ter aberto.
Por mais algum tempo, minha mão insistiu
até que conversou com minha mente e desistiu.
Chegou à conclusão assente
Que versos solitários não vão pra frente.
A mente havia dito, e até o coração concordaria,
que verdadeira poesia,
só o corpo todo escreveria.

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